No grupo de trabalho nomeado pelo Governo há quem diga que foi “um dia histórico” e quem tenha receio que a extrema-direita se aproprie dos dados. Representante de ciganos e coordenadora do Observatório das Comunidades Ciganas foram contra, o que valeu uma declaração de voto crítica de Maria José Casa-Nova.
No Grupo de Trabalho (GT) que recomendou ao Governo a introdução no Censos 2021 de uma pergunta sobre a origem étnico-racial da população o representante das comunidades ciganas, Almerindo Lima, e a coordenadora do Observatório das Comunidades Ciganas (integrado no Alto Comissariado para as Migrações), Maria José Casa-Nova, votaram contra.
A também especialista em Sociologia das Desigualdades e dos Estudos Ciganos escreveu mesmo uma declaração em que explica porque o relatório não teve a sua aprovação criticando os que defenderam as categorias étnico-raciais — uma maioria de nove contra quatro e uma abstenção.
Afirma que usaram o “argumento da força numérica para fazer prevalecer a sua posição” e acusa a constituição do GT de ter um “viés significativo” em “qualquer votação” porque “tem na sua constituição representantes de duas minorias, a minoria afrodescendente e a minoria cigana, contando com quatro pessoas afrodescendentes e uma pessoa cigana”.
Fonte: Público